segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Em 2015, Turvo gerou mais empregos do que Guarapuava segundo o MTE



Uma das reclamações mais frequentes de residentes em cidades do porte de Turvo é a disponibilidade de empregos. A maioria das pessoas que deixam as cidades da região central do Paraná, dizem que o principal motivo para sair da sua cidade é a falta de opção de trabalho. Por isto, este tema é de extrema importância quando pensamos sobre o desenvolvimento regional. O mercado de trabalho representa a face mais visível dos desafios que as lideranças da sociedade civil organizada e setor público precisam enfrentar no planejamento de políticas públicas.

Neste momento, o Brasil vivencia uma das maiores crises na geração de empregos segundo informações do MTE - Ministério do Trabalho e Emprego, encerrando 2015 com 1,542 milhão de vagas formais perdidas sendo o pior resultado desde 2002, início da série histórica. Para o estado do Paraná, o resultado não foi diferente, encerrou com uma redução 75.548 vagas, porém com um destaque para a agropecuária que fechou o ano com um saldo positivo de 3.067 postos de trabalho criados. Os dados confirmam que a atual crise está afetando de forma diferente os diversos setores da economia e como o município de Turvo está mais ligado ao agronegócio, os sinais de crise também são diferentes daqueles apresentados em outras regiões.

Através da mesma pesquisa obtemos as informações sobre a geração de empregos formais em Turvo desde 2002 até 2015. Tivemos saldo negativo na geração de empregos em três anos da série – 2006, 2012 e 2014 – e o melhor resultado ocorreu no ano de 2002, com um saldo positivo de 209 novos postos de trabalho. Considerando todo o período da série histórica, o saldo acumulado de empregos formais em Turvo soma 805 vagas criadas. Mas o resultado mais surpreendente ocorreu em 2015, pois ao contrário do que ocorreu no Brasil e no Paraná, nosso município apresentou um saldo positivo de 97 novos postos de trabalho com carteira registrada. Superando até mesmo a cidade vizinha Guarapuava, que no mesmo ano encerrou com um saldo de 144 vagas perdidas.

Fonte: MTE - Ministério do Trabalho e Emprego

Se por um lado faltam vagas para os trabalhadores locais, por outro, há empresários que reclamam da falta de trabalhadores com o perfil adequado para as vagas oferecidas. Este problema é normal em cidade pequena, pois a quantidade total de trabalhadores é limitada e nem todos terão perfil adequado para preencher todas as vagas oferecidas. Podem sobrar vendedores e faltar mecânicos, por exemplo. A solução para este problema está no mercado de trabalho da região e, no caso de Turvo, vários habitantes trabalham nos municípios vizinhos, como Boa Ventura de São Roque e Guarapuava e, por outro lado, a cidade emprega trabalhadores residentes em outras cidades. Este ajuste é normal e benéfico para o município.

É impossível propor ações para promover o desenvolvimento da região, sem pensar sobre soluções que aumentem a oferta de empregos. As políticas públicas têm esta função. A educação é uma das áreas de ação direta do setor público e o município de Turvo melhorou muito neste setor, com muitos habitantes acessando o ensino superior. Outra opção é a geração de empregos pelo próprio setor público que em cidade pequena tem uma importância ainda maior apesar da limitação orçamentária para esta ação, agravada com a crise fiscal do setor público em curso neste momento por todo o país. Desta forma, restam opções de ações com resultados indiretos sobre o nível de emprego.

Neste sentido, o empreendedorismo é frequentemente apontado como um verdadeiro motor para o desenvolvimento. Um empreendedor ao montar um negócio, deixa da procura por emprego e, de quebra, ainda pode gerar novas vagas no mercado de trabalho. Para isto o setor público pode em parceria com a sociedade civil organizada, buscar oferecer melhorias no ambiente econômico como forma de incentivar a geração de novos negócios no município. Vale ressaltar que nos tempos atuais dificilmente cidades menores conseguirão atrair grandes indústrias e o caminho é apoiar micro e pequenas empresas e a agropecuária.

Dentre as opções de atuação podem ser citadas: a estruturação de distritos industriais; capacitação da mão de obra; colocar em prática os benefícios previstos na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa para dar tratamento diferenciado às empresas locais em licitações do poder público; formação para empreendedores; incentivos à agroindustrialização; desburocratização para legalização de empresas; redução de impostos; melhoria da infraestrutura; dentre outras.


Na prática, as políticas públicas acabam se tornando simples de executar. Não podemos confundir incentivos às empresas com a manutenção, através de recursos públicos, de projetos que seriam insustentáveis por conta própria. Outra opção é reduzir a atuação governamental em todas as ações que são possíveis de execução pela iniciativa privada. Neste sentido, a atuação estatal é mais ampla, e deve focar os investimentos que realmente façam a diferença para o crescimento do empreendedorismo e, por consequência, para a geração de empregos.

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